quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

3 em linha


Saco para o dia do Pai


O que te parece?


Enfeites


Jogo da memória


Para os piratas das salas


Grinalda de Natal


Aproveitar tampas


Fantoches


Fantoches


Árvore de Natal


Aproveitar tampas para cartões


Árvore de Natal com os pés


Reciclar para aproveitar e arrumar


Jogos de encaixe


Um simples jogo de construção com velcro e pais de gelado

Aproveitar lápis de cera


Árvore de Natal


Recipientes


Alfabeto


Árvores de Natal


Recipientes de Natal


Painel plastificado


Este painel é um simples pedaço de cartão, que foi plastificado e que dá para que a criança desenhe as vezes que quiser tendo apenas de passar com um pano para apagar o que desenhou anteriormente.

Painel com tampas de garrafas


Boneco de Neve


Calendário do Advento


Árvore de Natal


Presépio


Jogo de encaixe com cores


Candeeiros


Armário Reciclado


Enfeites de Natal


Árvore de Natal


Carimbos com as mãos


Carimbos com as mãos


Carimbos com os pés


Carimbos com as mãos e pés


Carimbos com as mãos


Carimbos com as mãos


Carimbos com as mãos


Carimbos com as mãos


Carimbos com as mãos


Carimbos com as mãos


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

  1. Veja lá nos seus assentos e diga-me com franqueza: Qual é a terra portuguesa que tem mais medicamentos?
  2. Qual é a terra portuguesa, onde se pode dormir. E que, apesar de parada, diz que está sempre a fugir?
  3. É cidade portuguesa, antiga e muito importante. Sem duas letras no meios é um animal rastejante.

  1. Botica
  2. Caminha
  3. Coimbra

  1. Tem asas e não voa, tem boca e não fala. O que é?
  2. Não é chapéu nem carapuça, nem coisa de enfeitiçar; Todos o põem na cabeça. Por lá ser o seu lugar.


  1. O cesto;
  2. O dedal;

  1. Qual é a coisa, qual é ela que faz andar o barco à vela?
  2. Que é que é que cai de pé e corre deitado?
  3. Como se chama o homem que ao recuar faz luar?
  4. Qual é a coisa que se cria sem comer?
  5. Que é, que é que cai abaixo da torre e não parte, e cai na água e desfaz-se?
  6. Quando é que a lua pesa mais?
  7. Que é que é que dá tudo o que tem e fica com tudo o que tem?
  8. Tive princípio mas não sei se terei fim, tudo crio e tudo abraço no meu seio. O que sou?
  9. Advinha uma adivinha, que não tem osso nem espinha, corre o mar e a marinha.
  10. Água sem do céu cair, nem da terra nascer e que se não pode beber.
  11. Alto como um pinheiro, redondo como um pandeiro.

  1. O vento;
  2. A chuva;
  3. Raul;
  4. A fome;
  5. O papel;
  6. A lua cheia;
  7. O livro;
  8. A terra;
  9. O vento;
  10. As lágrimas;
  11. O poço;

  1. Porque é que o galo, quando canta fecha os olhos?
  2. Somos muitos moradores, moramos na mesma rua. Quando um erra a casa, erram todos a sua.
  3. Que é, que é uma capelinha branca sem porta nem tranca!

  1. Porque sabe a música de cor;
  2. Os botões;
  3. O ovo;

  1. O que é aquilo que quanto maior é menos pesa?
  2. Qual é a coisa qual é ela, que sobe e desce montanhas e está sempre no mesmo sitio?
  3. O que é aquilo que quanto mais roto está menos buracos tem?
  4. Por onde passa um elefante e não passa um mosquito?
  5. O que é que vai à mesa, parte, reparte-se e não se come?
  6. Qual é a coisa qual é ela que vai para o monte enrolada e vem do monte a enrolar?

  1. Um buraco;
  2. Uma estrada;
  3. A rede;
  4. Pela teia de uma aranha;
  5. O baralho de cartas;
  6. A corda.

  1. Eu trabalho noite e dia, se me deram de comer: nos dentes quero a água e na boca de comer.
  2. Fumo e ruído produz ao subir cortando a aragem; mas ainda faz mais barulho ao fim da sua viagem.
  3. Já nasço amortalhado e começo logo a morrer, sou prazer do viciado, minha sorte é sempre arder.
  4. Já que tens entendimento e és amigo de saber: uma pedra em cima da água, diz lá se pode ser.
  5. Minha casa não tem telha, quando entro vou de esguelha.
  6. Nascem os filhos primeiro que a mãe.
  7. Num pouco começo, embora completa, fico sempre em metade.
  8. O que é que, como o tempo, passou, está passando e nunca acabará de passar?
  9. O que é, o que é, uma caixinha de bem-querer, abre e fecha sem ranger?
  10. O que é que se deseja quando tarde, e se vê logo que vem? 


  1. O moinho;
  2. O foguete;
  3. O cigarro;
  4. Pedra de gelo;
  5. O botão;
  6. Minutos e Horas;
  7. Meia;
  8. O rio;
  9. O olho;
  10. A chuva.


  1. Canto sem ser cantador, sei as horas não pelo norte, tenho uma coroa e não sou padre, canto matinas e não sacerdote.
  2. Capotes e mais capotes, são todos do mesmo pano; se to não disser agora, não adivinhas até ao ano.
  3. Diga, senhor secretário, que está na secretária: qual é o pássaro que voa e dá leite quando cria?
  4. Duas senhoras iguais, que não anda uma sem andar a outra.
  5. Embrulhada em cobertor ou frio esteja ou calor.
  6. Eu sou tão filho da mãe, que se a mãe se chega a mim, eu todo desfeito na mãe venho a ser a mãe por fim.

  1. O galo;
  2. A cebola;
  3. O morcego;
  4. As rodas;
  5. A ovelha;
  6. O sal;

  1. Uma dama delicada, delicada no comer, mastiga e deita fora, engolir não pode ser!
  2. Qual é a coisa, qual é ela? Para andar me põem capa, para andar ma têm de tirar. Eu sem capa não ando e com capa não posso andar!

  1. A tesoura;
  2. O pião;



  1. Meu pipinho, meu pipote, nem por onde se lhe der, nem por onde se lhe bote!
  2. Que é, que é: duas mães e duas filhas, cobertas com duas mantilhas?

  1. O ovo;
  2. A mãe, a filha e a neta;

  1. Qual é a coisa qual é ela, que tem pés e não caminha, dá de comer e não cozinha, assiste a jantares e não é convidada?
  2. Qual é a coisa, qual é ela, que é branca como o cristal e é alimento que nunca leva sal?
  3. Qual é a coisa, qual é ela, que anda dentro das botas e por fora dos sapatos?
  4. Sou um rio português, e bastante conhecido, juntando pelo de ovelha, fico fruto apetecido. Quem sou eu?
  5. Qual é a coisa que tem a barriga de vidro e as tripas de arame?
  6. Bota e meia em cada pé quantas botas são?

  1. A mesa;
  2. A água;
  3. Os tornozelos;
  4. A avelã;
  5. A lâmpada;
  6. Duas botas.

  1. Alto está, alto mora todos vêem e ninguém o adora?
  2. Que é, que é que antes de ser já o era?
  3. Qual é a coisa, qual é ela que quando entra em casa, se põe logo à janela?
  4. Branco é, a galinha o põe.
  5. Que é, que é uma capelinha branca sem porta nem tranca?

  1. O sino;
  2. A pescada;
  3. A mexeriqueira;
  4. O ovo;
  5. A escuridão;


  1. Vinte e quatro moleiros, dez carreteiros, duas vigas e uma velha a comer maquias! O que é?
  2. Tem asas e não voa, tem boca e não fala. O que é?
  3. Não tem pernas e anda, não tem boca e fala, o que é?
  4. Não é chapéu nem carapuça nem coisa de enfeitiçar, todos o põem na cabeça, por lá ser o seu lugar. o que é?



  1. A comida;
  2. O cesto;
  3. A carta;
  4. O dedal;

  1. Estou aqui no meu cantinho, onde todos me vêm ver. Mastigo e deito fora, engolir não pode ser.O que sou?
  2. O que é que dá voltas à casa toda e fica a um canto?
  3. O que fazem seis pardais num telhado?
  4. Tens-me na tua cozinha, sem mim não podes passar. Se me matas à facada também te faço chorar. O que sou?
  5. O que é que quanto mais quente mais fresco?

  1. O moinho;
  2. A vassoura;
  3. Meia dúzia;
  4. A cebola;
  5. Café e Pão.

  1. Uma caixa pequenina mas que pode rebolar...Todos a podem abrir, ninguém a sabe fechar!
  2. Alta varanda, alta janela, abre-se e fecha-se sem bulir nela.
  3. Mastiga mastiga mas não engole!
  4. De buraco em buraco com as tripas de arrasto. O que é?

  1. O ovo;
  2. Os olhos;
  3. A tesoura;
  4. A agulha e as linhas.

  1. Uma capelinha vermelha sem porta nem telha?
  2. Tem dentes e não como tem barbas e não é home?
  3. Qual é a coisa que faz mais falta numa casa?
  4. De que lado é a asa da chavena?
  5. Uma coisa que tanto anda e nunca chega aonde quer.
  6. Que é que se põe em cima de tudo?

  1. Coração;
  2. Alho;
  3. Botão;
  4. Do lado de fora;
  5. Água corrente;
  6. Nome;


João e Maria

Às margens de uma extensa mata existia, há muito tempo, uma cabana pobre, feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria.
A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas haviam piorado ainda mais: não havia comida para todos.
— Minha mulher, o que será de nós? Acabaremos todos por morrer de necessidade. E as crianças serão as primeiras…
— Há uma solução… — disse a madrasta, que era muito malvada. — Amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.
— Não chore — tranqüilizou-a o irmão — Tenho uma idéia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama.
No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
As crianças foram com o pai e a madrasta cortar lenha na floresta e lá foram abandonadas.
João havia marcado o caminho com as pedrinhas e, ao anoitecer, conseguiram voltar para casa.
O pai ficou contente, mas a madrasta, não. Mandou-os dormir e trancou a porta do quarto. Como era malvada, ela planejou levá-los ainda mais longe no dia seguinte.
João ouviu a madrasta novamente convencendo o pai a abandoná-los, mas desta vez não conseguiu sair do quarto para apanhar as pedrinhas, pois sua madrasta havia trancado a porta. Maria desesperada só chorava. João pediu-lhe para ficar calma e ter fé em Deus. 
Antes de saírem para o passeio, receberam para comer um pedaço de pão velho. João, em vez de comer o pão, guardou-o.
Ao caminhar para a floresta, João jogava as migalhas de pão no chão, para marcar o caminho da volta.
Chegando a uma clareira, a madrasta ordenou que esperassem até que ela colhesse algumas frutas, por ali. Mas eles esperaram em vão. Ela os tinha abandonado mesmo!
- Não chore Maria, disse João. Agora, só temos é que seguir a trilha que eu fiz até aqui, e ela está toda marcada com as migalhas do pão. 
Só que os passarinhos tinham comido todas as migalhas de pão deixadas no caminho. 

As crianças andaram muito até que chegaram a uma casinha toda feita com chocolate, biscoitos e doces. Famintos, correram e começaram a comer. 
De repente, apareceu uma velhinha, dizendo: - Entrem, entrem, entrem, que lá dentro tem muito mais para vocês. 
Mas a velhinha era uma bruxa que os deixou comer bastante até cairem no sono e confortáveis caminhas. 
Quando as crianças acordaram, achavam que estavam no céu, parecia tudo perfeito. 
Porém a velhinha era uma bruxa malvada que e aprisionou João numa jaula para que ele engordasse. Ela queria devorá-lo bem gordo. E fez da pobre e indefesa Maria, sua escrava. 
Todos os dias João tinha que mostrar o dedo para que ela sentisse se ele estava engordando. O menino, muito esperto, percebendo que a bruxa enxergava pouco, mostrava-lhe um ossinho de galinha. E ela ficava furiosa, reclamava com Maria:
- Esse menino, não há meio de engordar. 
- Dê mais comida para ele! 
Passaram-se alguns dias até que numa manhã assim que a bruxa acordou, cansada de tanto esperar, foi logo gritando:
- Hoje eu vou fazer uma festança. 
- Maria, ponha um caldeirão bem grande, com água até a boca para ferver. 
- Dê bastante comida paro seu o irmão, pois é hoje que eu vou comê-lo ensopado. 
Assustada, Maria começou a chorar. 
— Acenderei o forno também, pois farei um pão para acompanhar o ensopado. Disse a bruxa. 
Ela empurrou Maria para perto do forno e disse: 
_Entre e veja se o forno está bem quente para que eu possa colocar o pão.
A bruxa pretendia fechar o forno quando Maria estivesse lá dentro, para assá-la e comê-la também. Mas Maria percebeu a intenção da bruxa e disse:
- Ih! Como posso entrar no forno, não sei como fazer? 
- Menina boba! disse a bruxa. Há espaço suficiente, até eu poderia passar por ela.
A bruxa se aproximou e colocou a cabeça dentro do forno. Maria, então, deu-lhe um empurrão e ela caiu lá dentro . A menina, então, rapidamente trancou a porta do forno deixando que a bruxa morresse queimada.
Mariazinha foi direto libertar seu irmão.
Estavam muito felizes e tiveram a idéia de pegarem o tesouro que a bruxa guardava e ainda algumas guloseimas .
Encheram seus bolsos com tudo que conseguiram e partiram rumo a floresta.
Depois de muito andarem atravessaram um grande lago com a ajuda de um cisne.
Andaram mais um pouco e começaram a reconhecer o caminho. Viram de longe a pequena cabana do pai.
Ao chegarem na cabana encontraram o pai triste e arrependido. A madrasta havia morrido de fome e o pai estava desesperado com o que fez com os filhos.
Quando os viu, o pai ficou muito feliz e foi correndo abraça-los. Joãozinho e Maria mostraram-lhe toda a fortuna que traziam nos seus bolsos, agora não haveria mais preocupação com dinheiro e comida e assim foram felizes para sempre.

A lebre e a tartaruga

Um dia uma tartaruga começou a contar vantagem dizendo que corria muito depressa, que a lebre era muito mole, e enquanto falava, a tartaruga ria e ria da lebre. Mas a lebre ficou mesmo impressionada foi quando a tartaruga resolveu apostar uma corrida com ela.
"Deve ser só de brincadeira!", pensou a lebre.
A raposa era o juiz e recebia as apostas. A corrida começou, e na mesma hora, claro, a lebre passou à frente da tartaruga. O dia estava quente, por isso lá pelo meio do caminho a lebre teve a idéia de brincar um pouco. Depois de brincar, resolveu tirar uma soneca à sombra fresquinha de uma árvore.
"Se por acaso a tartaruga me passar, é só correr um pouco e fico na frente de novo", pensou.

A lebre achava que não ia perder aquela corrida de jeito nenhum. Enquanto isso, lá vinha a tartaruga com seu jeitão, arrastando os pés, sempre na mesma velocidade, sem descansar nem uma vez, só pensando na chegada. Ora, a lebre dormiu tanto que esqueceu de prestar atenção na tartaruga. Quando ela acordou, cadê a tartaruga? Bem que a lebre se levantou e saiu zunindo, mas nem adiantava! De longe ela viu a tartaruga esperando por ela na linha de chegada.

A Galinha Ruiva

Um dia uma galinha ruiva encontrou um grão de trigo. 
- Quem me ajuda a plantar este trigo? - perguntou aos seus amigos. 
- Eu não - disse o cão. 
- Eu não - disse o gato. 
- Eu não - disse o porquinho. 
- Eu não - disse o peru. 
- Então eu planto sozinha - disse a galinha. - Cocoricó! 
E foi isso mesmo que ela fez. Logo o trigo começou a brotar e as folhinhas, bem verdinhas, a despontar. O sol brilhou, a chuva caiu e o trigo cresceu e cresceu, até ficar bem alto e maduro.

- Quem me ajuda a colher o trigo? - perguntou a galinha aos seus amigos. 
- Eu não - disse o cão. 
- Eu não - disse o gato. 
- Eu não - disse o porquinho. 
- Eu não - disse o peru. 
- Então eu colho sozinha - disse a galinha. - Cocoricó! 
E foi isso mesmo que ela fez.

- Quem me ajuda a debulhar o trigo? - perguntou a galinha aos seus amigos. 
- Eu não - disse o cão. 
- Eu não - disse o gato. 
- Eu não - disse o porquinho. 
- Eu não - disse o peru. 
- Então eu debulho sozinha - disse a galinha. - Cocoricó! 
E foi isso mesmo que ela fez.

- Quem me ajuda a levar o trigo ao moinho? - perguntou a galinha aos seus amigos. 
- Eu não - disse o cão. 
- Eu não - disse o gato. 
- Eu não - disse o porquinho. 
- Eu não - disse o peru. 
- Então eu levo sozinha - disse a galinha. - Cocoricó! 
E foi isso mesmo que ela fez. Quando, mais tarde, voltou com a farinha, perguntou: 

- Quem me ajuda a assar essa farinha? 
- Eu não - disse o cão. 
- Eu não - disse o gato. 
- Eu não - disse o porquinho. 
- Eu não - disse o peru. 
- Então eu asso sozinha - disse a galinha. - Cocoricó! 
A galinha ruiva assou a farinha e com ela fez um lindo pão.

- Quem quer comer esse pão? - perguntou a galinha. 
- Eu quero - disse o cão. 
- Eu quero - disse o gato. 
- Eu quero - disse o porquinho. 
- Eu quero - disse o peru. 
- Isso é que não! Sou eu quem vai comer esse pão! - disse a galinha. - Cocoricó. 
E foi isso mesmo que ela fez.

Se queremos dividir a recompensa, devemos partilhar o trabalho.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Lenda das Amendoeiras em Flor - Algarve

Há muitos e muitos séculos, antes de Portugal existir e quando o Al-Gharb pertencia aos árabes, reinava em Chelb, a futura Silves, o famoso e jovem rei Ibn-Almundim que nunca tinha conhecido uma derrota. Um dia, entre os prisioneiros de uma batalha, viu a linda Gilda, uma princesa loira de olhos azuis e porte altivo. Impressionado, o rei mouro deu-lhe a liberdade, conquistou-lhe progressivamente a confiança e um dia confessou-lhe o seu amor e pediu-lhe para ser sua mulher. Foram felizes durante algum tempo, mas um dia a bela princesa do Norte caiu doente sem razão aparente. Um velho cativo das terras do Norte pediu para ser recebido pelo desesperado rei e revelou-lhe que a princesa sofria de nostalgia da neve do seu país distante. A solução estava ao alcance do rei mouro, pois bastaria mandar plantar por todo o seu reino muitas amendoeiras que quando florissem as suas brancas flores dariam à princesa a ilusão da neve e ela ficaria curada da sua saudade. Na Primavera seguinte, o rei levou Gilda à janela do terraço do castelo e a princesa sentiu que as suas forças regressavam ao ver aquela visão indiscritível das flores brancas que se estendiam sob o seu olhar. O rei mouro e a princesa viveram longos anos de um intenso amor esperando ansiosos, ano após ano, a Primavera que trazia o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em flor.

Lenda do Milagre das Rosas

Chegara o mês de Janeiro. Em Coimbra, as casas das monjas de Santa Clara, quase destruídas pelas cheias do Mondego, reconstruíram-se rapidamente. Isso fora possível porque a rainha Dona Isabel velava por elas. 
Quando algum desgraçado se via sem pão dentro dum lar minado pela doença, logo procurava a sua rainha. E se nem sempre regressava com saúde para o corpo, pelo menos trazia pão para a boca, e palavras tão lindas ressoando aos seus ouvidos, que por si só já constituíam consolação para o seu espírito. 
De todos, essa esposa e filha de reis cuidava como se fossem pessoas suas. Levava o seu zelo ao ponto de ir ela própria vigiar os trabalhos em curso nas casas das monjas. E os operários, desvanecidos com a real presença, e ainda com os auxílios monetários que Dona Isabel trazia aos mais necessitados, trabalhavam com redobrado ardor. 
Porém, como acontece neste mundo, a rainha não tinha somente amigos. E certa vez um despeitado da corte procurou azedar o ânimo de el-rei D. Dinis. Aproveitando um dos momentos em que estava a sós com o rei, encetou o diálogo que há muito andava bailando no seu cérebro: 
— Perdoai-me, Senhor, se me atrevo a falar-vos num assunto que me traz preocupado. 
O rei olhou-o com certa altivez. 
— Deixai-vos de rodeios. Dizei o que pretendeis. 
O cortesão mordeu os lábios e disse: 
— Senhor meu Rei... A Rainha, vossa digna esposa, dispõe com bastante liberdade do vosso tesoiro. 
D. Dinis franziu as sobrancelhas: 
— Que dizeis? Explicai-vos e já! 
O fidalgo tornou com humildade fingida: 
— Meu Senhor, acreditai no que vos digo... A Rainha gasta de mais... 
— Mas como sabeis isso? 
— Oh? E fácil de saber, meu Senhor... Só os vossos bons olhos não querem ver a verdade. Se me permitis... 
O rei encolerizou-se. 
— Falai! Mas falai duma vez! 
O fidalgo baixou a cabeça e declarou numa voz um tanto incerta: 
— Oh, meu Rei e Senhor! Só vos quero ajudar… O dinheiro desaparece, esgota-se, some-se... São as esmolas, as obras das igrejas, os empréstimos, as dádivas, as doações a conventos… enfim... uma loucura, Senhor! É necessária a vossa intervenção... 
Um grito do rei de Portugal cortou-lhe a frase: 
— Basta! Eu sei bem o que hei-de fazer! 
D. Dinis levantou-se, fazendo recuar o fidalgo. Em largas passadas pelo aposento, procurava acalmar a impetuosidade do seu temperamento belicoso. Seria verdade o que acabavam de dizer-lhe? Sim, devia ser verdade. A mentira representaria nesse momento um desmedido arrojo. E ao homem que ele tinha na sua frente sobrava-lhe em mesquinhez o que lhe faltava em audácia. E todavia… o vir à sua presença pôr em cheque a própria rainha não seria já um acto destemido? 
O rei parou de andar dum extremo ao outro da saleta. Olhou fixamente o fidalgo, que baixou os olhos, e ordenou: 
— Deixai-me só! Preciso de pensar no caso sem a sensação de estar a ser espiado. 
Inclinando a cabeça, o fidalgo retirou-se em silêncio. Conhecia bem o rei e sabia de antemão que as suas declarações o tinham impressionado. Quanto ao monarca, logo que ficou longe das vistas do seu súbdito, deixou-se cair numa cadeira, murmurando consigo mesmo: «É isso! Tenho de pôr cobro de uma vez para sempre aos hábitos excessivamente misericordiosos da Rainha! E será o mais breve possível!» 
Ora, se bem o pensou melhor o fez. Dias depois, quando Dona Isabel saía dos paços de Coimbra acompanhada pelas damas e pelos cavaleiros do seu séquito para se dirigir às obras de Santa Clara e espalhar as suas esmolas, surgiu-lhe de súbito, pela frente, a figura desempenada do rei. Ele cumprimentou-a, cortesmente: 
— Bom dia, Senhora! Ia partir para uma caçada, mas lembrei-me de vos saudar.
— Agradeço-vos a boa ideia, Senhor. 
A rainha disse estas palavras sorrindo, mas instintivamente recuou um pouco, como a disfarçar o que levava no regaço. Porém, esse gesto embora mal esboçado não escapou à perspicácia de D. Dinis. Tentando esconder a suspeita que o assaltara, ele perguntou de novo, com a cortesia própria dum rei: 
— Podeis dizer-me, Senhora, onde ides tão cedo? 
Dona Isabel empalideceu. O coração bateu-lhe mais apressado e, após certa hesitação, respondeu com voz branda: 
— Vou... armar os altares do mosteiro de Santa Clara. 
Então el-rei olhou-a de sobrecenho carregado. A sua voz tornou-se menos agradável. O sorriso cortês desapareceu-lhe dos lábios, enquanto perguntava: 
— E que levais no vosso regaço, Senhora? À-la-fé que pareceis receosa. Nem quero acreditar que pretendeis ir distribuir novas esmolas pelos vossos protegidos... Isso seria contra todas as minhas ordens e contra todos os meus conselhos. Dizei-me, pois, o que levais no regaço. 
A rainha tornou-se ainda mais pálida e por momentos permaneceu silenciosa. Elevava a Deus o pensamento, pedindo-Lhe aflitivamente o Seu divino auxílio. Alarmada, toda a comitiva olhava o rei, receosa da sua cólera. D. Dinis fixou de frente a rainha, que dava a ideia de estar presente apenas em corpo. Sentiu fugir-lhe toda a calma de que se tinha revestido e gritou-lhe: 
— Então, Senhora, terei de dar ouvidos aos rumores que circulam à minha volta? Sempre é verdade que levais no vosso regaço dinheiro para oferecer aos maltrapilhos que protegeis? 
Dona Isabel olhou o rei como quem torna dum sonho. O rubor voltava-lhe às faces, o sorriso brincava-lhe de novo nos lábios. E na sua voz melodiosa e pausada, respondeu: 
— Enganai-vos, Real Senhor.. O que levo no meu regaço... são rosas para enfeitar os altares do mosteiro! 
D. Dinis sorriu com ironia. 
— Rosas? Como vos atreveis a mentir, Senhora? Rosas em Janeiro?... Pois ficai sabendo: se aqui estou neste momento… se aqui vim, é porque alguém me garantiu que leváveis dinheiro... Compreendeis agora? 
O rosto da rainha não se contraiu sequer, humildemente. E, ante o pasmo e a aflição de quantos a rodeavam, insistiu com firmeza: 
— Enganai-vos, Senhor! E enganou-se também quem vos informou. São rosas o que levo no regaço! 
D. Dinis cerrou os dentes. Os seus olhos brilhavam de cólera e a sua voz tornou-se ainda mais dura: 
— Insistis na vossa mentira, Senhora? Então... mostrai-me essas rosas! 
Serenamente, ante o olhar atónito do rei e de todos os que ali se encontravam, a rainha Dona Isabel abriu o regaço e deixou ver um ramo de rosas maravilhosas, enquanto murmurava: 
— Vede, Senhor.. Vede com os vossos olhos! 
Houve um ligeiro murmúrio de pasmo entre a comitiva. El-rei D. Dinis, diante de tão grande prodígio, olhava atónito para as flores e para as mãos da rainha, sem conseguir pronunciar uma palavra. Estava certo de que acontecera algo de sobrenatural. Algo de estranho que o impressionava e confundia. E só momentos depois conseguiu sorrir e murmurar: 
— Perdoai-me, Senhora, se vos ofendi... Mas nunca pensei ver rosas tão lindas neste tempo! 
Ela sorriu-lhe meigamente. Havia felicidade no brilho dos seus olhos, na suave expressão do seu rosto, no bondoso sorriso dos seus lábios. Cumprimentando-a com galhardia, o rei afastou-se, deixando que a rainha seguisse o seu caminho. 
Então, de novo, Dona Isabel elevou os olhos ao Céu. O seu ar harmonioso e a paz que resplandecia do seu rosto entraram na própria alma de quantos compunham a sua comitiva. Ninguém se atrevia a falar, a fazer um gesto sequer. Sentiam a solenidade do momento com uma alegria interior de difícil exteriorização. 
Foi a própria rainha quem deu o sinal de continuar a marcha a caminho do mosteiro de Santa Clara. Lá a esperavam os desgraçados que viviam das esmolas da sua mão benfeitora, do seu olhar carinhoso, da sua palavra tão cheia de consolação. E lá estavam também os altares, esperando a sua graciosa ajuda. 
Daí a pouco já toda a cidade de Coimbra se encontrava ao corrente do estranho prodígio que representava o pão e o dinheiro transformados em rosas. O povo, proclamava, de lágrimas nos olhos: «Foi um milagre! Foi um milagre! É santa a nossa rainha! Bendito seja Deus que a deu ao nosso reino!» 
E o povo, gente grande com alma de menino, dentro das suas inesperadas reacções, é aquele cuja voz deve ecoar no Céu. 
Assim, saltitando de boca em boca, o milagre das rosas chegou até nós e continuará para além dos séculos.


                                                       MARQUES, Gentil Lendas de Portugal Lisboa, Círculo de Leitores.

Lenda de S.Martinho

Diz a lenda que Martinho, nascido na Hungria em 316, era um soldado. Era filho de um soldado romano. O seu nome foi-lhe dado em homenagem a Marte, o Deus da Guerra e protector dos soldados. Aos 15 anos vai para Pavia (Itália). Em França abraçou a vida sacerdotal, sendo famoso como pregador. Foi bispo de Tous.

Certo dia de Novembro, muito frio e chuvoso, estando em França ao serviço do Imperador, ia Martinho no seu cavalo a caminho da cidade de Amiens quando, de repente, começou uma terrível tempestade. A certa altura surgiu à beira da estrada um pobre homem a pedir esmola.

Como nada tivesse, Martinho, sem hesitar, pegou na espada e cortou a sua capa de soldado ao meio, dando uma das metades ao pobre para que este se protegesse do frio. Nessa altura a chuva parou e o Sol começou a brilhar, ficando, inexplicavelmente, um tempo quase de Verão.

Daí que esperemos, todos os anos, o Verão de S. Martinho. E a verdade é que S. Martinho raramente nos decepciona. Em sua homenagem, comemoramos o dia 11 Novembro com as primeiras castanhas do ano, acompanhadas de vinho novo. É o Magusto, que faz parte das tradições do nosso país.

Mais tarde terá tido uma visão de Jesus e decidiu dedicar-se à religião cristã. Faleceu a 8 de Novembro de 397 em Tours.



Video da lenda em desenhos animados - http://www.youtube.com/watch?v=3zc-5TL9s-k